sábado, novembro 18, 2006

Um pouquinho de política via Noblat

Empresa investigada pela PF prorroga contrato com Furnas

Da Folha de S.Paulo, hoje:


"A estatal Furnas Centrais Elétricas prorrogou por dois anos os contratos de terceirização de mão-de-obra com a empresa Bauruense Tecnologia e Serviços. Foram assinados três aditivos contratuais com a companhia, que somaram juntos R$ 159,4 milhões.


A Bauruense está sob investigação da Polícia Federal por causa das acusações do ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que envolveu a estatal no chamado escândalo do mensalão, revelado no ano passado. Furnas alega que não pode prescindir dos terceirizados, porque colocaria o sistema elétrico em risco.


Furnas foi questionada diversas vezes pelo TCU (Tribunal de Contas da União) por utilizar mão-de-obra temporária em funções que exigem contratação por concurso público. No ano passado, o TCU determinou à empresa que substituísse todos os terceirizados por empregados concursados no prazo de quatro anos."



Bolsa-Família é um programa que vicia, afirma CNBB


Para d. Pagotto, além da assistência financeira, o programa deveria oferecer cursos e atividades que favoreçam o ingresso dos beneficiados no mercado de trabalho

Lígia Formenti

BRASÍLIA - O presidente da Comissão para Serviço de Caridade, Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Aldo Pagotto, fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, e disse que o Bolsa-Família "é um programa que vicia". Ele afirma que não são exigidas contrapartidas das famílias. "São várias famílias que se contentam com o mínimo", completou.

Para Pagotto, é essencial que, além do programa de assistência, seja ofertado para famílias beneficiadas cursos e atividades que favoreçam o ingresso no mercado de trabalho. "É preciso que se dê para adolescentes oportunidades de estudo não só acadêmico, mas também profissionalizante."

Além de não garantir a independência das famílias, o programa tem um caráter individual, que também reforça a tendência de acomodação. "Não estamos vendo o povo se juntar, se organizar." O mesmo processo, afirma, ocorre também com assentamentos de sem-terra. "São verdadeiras favelizações rurais. Sem condições de crédito, sem auxílio técnico, o povo vai desistindo de plantar. Não é uma crítica cáustica. Mas esses programas tem de ser urgentemente otimizados."

Porém, o presidente da Caritas, D. Demétrio Valentini, saiu em defesa do programa de assistência. "O governo se sente autorizado pela votação que teve e aprimorar os programas sociais", afirmou.

Recado de Majella, CNBB

Do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Geraldo Majella, ontem:

- Acho duro quando ouço que em troca de apoio se oferece emprego, ministérios. Acho muito duvidoso. Os partidos deviam ter a coragem, o desprendimento e não querer participar [do governo] como se estivesse dividindo o preço [da eleição de Lula]. [A composição do novo governo] deve ser um trabalho de grande desprendimento para se construir um Brasil maior e melhor.



Os alicerces

Foi em um dos debates da recente campanha eleitoral que o candidato petista, depois reeleito, declarou que os quatro primeiros anos de seu governo teriam sido dedicados à construção de alicerces sólidos, para poder erguer, sobre essa base, construída com paciência e cuidado, o edifício que seria a redenção do Brasil. Para isso ele precisava de um segundo mandato. Seus milhões de eleitores lhe deram essa chance.


Mas parece que o terreno onde ele fundamentou os tais alicerces estava tomado por um dos maiores inimigos do homem, o cupim. Ao contrário do que reza a música cantada em muitos palanques pelo provecto escritor Ariano Suassuna, não há madeira que cupim não roa.

O trecho acima é do artigo semanal de Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa.
Clique aqui e veja o artigo na íntegra


"Durante o pleito de 2006, sempre questionei a existência dessa "máfia do cupim". Pelo visto ratos e cupins agora dividem o mesmo pedaço da madeira." por Pedralli



O que faz um encontro com Lula

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), encontrou-se hoje com Lula no Palácio do Planalto e sofreu uma leve amnésia.

Na convenção do PFL, em junho deste ano, quando José Jorge (PFL-PE) foi confirmado vice na chapa de Alckmin, Arruda disse, em referência a Lula, que não se sentiria seguro de entrar num avião em que o piloto bebesse:

- Não estamos aqui para escolher uma pessoa engraçada que faça metáforas futebolísticas e divida um copo de cerveja. O Brasil é um avião. E não gostaria de encontrar nesse avião, chamado Brasil, um companheiro de boteco-, disse à época.

Hoje, isso sumiu da memória de Arruda:

- Não me lembro disso.

O orçamento do Distrito Federal depende dos repasses de recursos do orçamento da União. Por isso, é compreensível o discurso diplomático de Arruda:

- Eu sou um homem de diálogo.



A vitória de Lula e o segundo mandato

Do economista Gilberto Dupas em O Estado de S.Paulo, hoje:

"Para além das profundas raízes populares e da marcante personalidade política de Lula, são fáceis de entender as razões do seu segundo mandato: o desempenho social e econômico do seu governo, ainda que se beneficiando de um momento internacional muito favorável, superou com folga o do período FHC. O desemprego caiu, a informalidade reduziu-se, o salário mínimo teve importante evolução, a renda real média recuperou-se e houve sensível redução da pobreza com incorporação de 6 milhões de pessoas das classes D e E à classe C. As exportações dobraram, gerando notável recuperação do saldo comercial e zerando a dívida líquida externa.

O programa Bolsa-Família, com gestão eficiente e pouca contaminação do varejo político, conseguiu atingir mais de 11 milhões de famílias e se constituir, juntamente com a ampliação da aposentadoria, numa importante ajuda para as classes baixas. Finalmente, o crescimento econômico, se foi pequeno em função das possibilidades que o momento internacional permitia, conseguiu ser um pouco superior à média do governo anterior.

Nenhuma surpresa, pois, com a conquista de Lula, especialmente quando exposto a um adversário muito aplicado, mas com pouco carisma e sem claras propostas alternativas. Com a guinada ao centro a partir da Carta aos Brasileiros - que permitiu um pacto de governabilidade com parte significativa das elites em torno da ortodoxia monetária e fiscal - e com volumes e preços dos produtos básicos em forte alta pelo crescimento excepcional da China, Lula construiu um caminho conservador na economia e criativo na retórica. Sua política externa soube aproveitar a radicalização do quadro internacional, permitindo espaços para uma ação mais agressiva sem prejudicar as relações com o governo norte-americano, que vê Lula como um moderado de esquerda em meio a “radicais” como Hugo Chávez, Evo Morales ou um Néstor Kirchner desafiador do FMI, com sua bem-sucedida moratória."



"Esses políticos me divertem cada vez mais!"

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