sexta-feira, novembro 17, 2006

Um pouquinho de política via Noblat

Dossiê dos silêncios

De Janio de Freitas na Folha de S.Paulo, hoje:

"O insucesso que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, ambos por suas seções de Mato Grosso, começam a admitir na busca de um modo de indiciar os figurantes no caso do dossiê, poderia ser apenas o final comum a tantas investigações de todas as polícias. Investigar não leva necessariamente a provas e incriminações. Mas o caso policial do dossiê tem aspectos que o distinguem e dão à admitida dificuldade de indiciamentos um sentido especial.


O caso dossiê tem a particularidade de ser policial-eleitoral. Todos os lances principais, sempre enriquecidos de espetaculosidade, incidiram com meticulosa coincidência em momentos de extrema sensibilidade da disputa eleitoral, sobretudo a da Presidência. Foi como se a investigação e os eventos da campanha se valessem do mesmo cronograma de trabalho.


O desenrolar da investigação não é menos servido por diferenciações em relação às atividades comuns da PF e do Ministério Público Federal, cheguem ou não a comprovações e incriminações. Sob suspeita de quais crimes a PF de Mato Grosso e a de São Paulo se coordenaram para a operação em um hotel paulistano? Tal informação jamais constou nas tantas entrevistas e informações avulsas dos delegados do caso e do procurador do Ministério Público em Cuiabá. Este, porém, antes de qualquer passo investigativo, já sugeria publicamente que o dinheiro apreendido no hotel provinha do governo. Nem do PT, de um caixa dois em alguma gaveta petista, mas do governo mesmo."



A insatisfação de Lula

Lula passou hoje, na reunião com o PT no Palácio do Planalto, 80% do tempo dizendo o que ele quer fazer no segundo mandato.


E na conversa mostrou completa insatisfação com a falta de criatividade de seus ministros em propor alternativas para o crescimento da economia, informa Felipe Recondo, repórter do blog.


Guido Mantega, ministro da Fazenda, foi dos principais alvos. Lula queria um pacote com medidas que ajudassem a levar a economia brasileira a um crescimento de 5% ao ano.


Mantega pouco ou nada apresentou que agradasse Lula. Por isso, o presidente fez aos petistas a reclamação de que a cartilha de todos os economistas não muda.


Lula quer também mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para estimular o crescimento da economia.


Uma alteração possível em estudo na equipe econômica é permitir que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e a Caixa libere recursos para obras de saneamento, por exemplo, mesmo para prefeituras que estejam com o limite de endividamento estourado.


Na área de infra-estrutura, Lula tem uma agenda de obras definida. Mas está revoltado com a vagareza com que essa lista de propostas é tocada.


Na semana passada, os ministros da área levaram a Lula o quadro da situação atual. O presidente não gostou e mandou que todos voltassem e refizessem o “dever de casa”.


Será em cima desse pacote de medidas econômicas, fiscais e de infra-estrutura que Lula quer definir os próximos ministros.


Quem melhor puder levar adiante esse pacote será chamado a compor o governo, respeitado o espaço “justo” destinado a cada partido da base de apoio.

BLOG do NOBLAT

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