[CIÊNCIA] Criatura encontrada em lagoa no RJ preenche lacuna evolutiva
EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo
Uma criatura que vive na lagoa de Araruama, no Rio de Janeiro, é tão diferente de tudo o que a ciência já viu que levou mais de 25 anos até que alguém entendesse o que ela era.
Agora que já se entendeu, o Magnetoglobus multicellularis (literalmente, "bola magnética multicelular") já pode ser devidamente apresentado. Ele vem preencher um hiato evolutivo que sempre separou os seres procariontes (seres sem núcleo celular definido) dos eucariontes (que têm núcleo definido).
"Descrevemos o organismo como sendo uma bactéria multicelular", explica Henrique Lins de Barros, físico do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e co-autor do estudo descrevendo a criatura.
O artigo é capa da edição de junho da revista "International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology".
Para o pesquisador, está claro que o organismo estudado por eles não é uma colônia, forma pela qual as bactérias também podem se organizar. "Não é uma por uma série de motivos. Quando uma das células é retirada, por exemplo, o organismo morre. Existe troca de informações entre as células, elas não são independentes."
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